sábado, 1 de janeiro de 2011

o dia do não fazer

O dia do não-fazer somente nos deixa a opção de sermos, estarmos e pensarmos.
Talvez, por esse motivo, seja aquele dia que custa a passar, que parece não nos deixar respirar com a mesma falsa leveza de todos os outros dias que começam e rapidamente terminam, sem que o esforço do reconhecimento possa se instalar.
ASSIM, SÃO SIMPLES E FÁCEIS OS DIAS DE NÃO-FERIADO, QUANDO CORREMOS ATRÁS DO QUASE-NADA QUE ATRAPALHA O SENTIR ATRAVÉS DO TANTO PENSAR.
É muito chato parar e muito custoso o olhar, pois nessas horas em que a vida pára para nos dar passagem, há pouca coisa de nós a se apresentar. O grande vazio do não-nos-conhecermos é a única alegoria que se revela com uma presença inconfundível e uma cor melancólica.
OLHAR E NÃO ENXERGAR, ESCUTAR E NÃO OUVIR SÃO OS SINAIS DO GRANDE DESPERDÍCIO DO LEVANTAR E RESPIRAR DE CADA DIA. Sinais de que as ferramentas que escolhemos para ser e estar não nos ensinam a viver. Não nos permitem conhecer nada porque não nos levam a explorar o que temos, somos e sentimos. Deixam-nos apenas pensar que fazemos tudo isso, suprindo a nossa fome num piscar de olhos, sem o trabalho de mastigar ou sentir o que estamos sendo. Assim, resolvemos um e estamos prontos pra outro e mais outro problema, sem darmos conta de que não nos transformamos.
COMO VIVER O QUANDO DEVERIA SER A PREOCUPAÇÃO MAIOR EM VEZ DE EMPLACARMOS APENAS O PARA QUÊ VIVER. Este motivo sempre aparecerá quando os olhos se esquecerem e os ouvidos se desligarem, ao passo em que a motivação deve enfrentar imagens e sons que a todo momento entram por essas portas que ligam o nosso ser-mundo-interno com o nosso estar-mundo-externo.
A TRADUÇÃO DESSAS MENSAGENS EM DESÂNIMO E DESCRENÇA OU EM FORÇA E FÉ DEPENDE DE UMA VIBRAÇÃO QUE SE ENCONTRA EM NOSSA ALMA ENCOBERTA PELAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS E NÃO ESQUECIDAS E QUE SE AMONTOAM, OCUPANDO UM ESPAÇO QUE NÃO MAIS LHES PERTENCE POR SEREM TODAS ELAS UM PASSADO QUE NÃO VIVE MAIS. Não são mais, contudo continuam estando. Assombrando.
Boas ou más experiências, como deixá-las para trás? A memória mantém vivo o desejo que, para fazer-se realidade, exige a constante compreensão de tudo, num ciclo vicioso interminável.

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